Se por um lado a era da informação, que nos deixa praticamente vinte e quatro horas conectados às novidades, nos traz os benefícios de nos mantermos sempre atualizados, por outro há consequências bastante prejudiciais.
O excesso de informação que nos chega a cada minuto é esmagador. São e-mails, notificações de redes sociais, feeds alimentados constantemente, mensagens chegadas através de aplicativos de comunicação… Uma abundância de dados que afeta a capacidade de assimilar e refletir do indivíduo sobre aquilo que chega. Para piorar, a sobrecarga atinge também a relevância dos dados importantes a serem armazenados na memória, tornando-os confusos, afetando a capacidade de decidir e paralisando a pessoa. Como consequência, temos mentes inquietas e desorganizadas, além de um aumento dos índices de estresse e depressão.
O psiquiatra Mário Lauzã, do Hospital das Clínicas em São Paulo, falou numa entrevista dada ao Estadão em 2015 que precisamos começar a filtrar as informações para que essas se tornem conhecimento. Dependendo da importância daquilo que nos chega, a memória arquiva esses dados de forma hierárquica. E, de fato, quantidade não é sinônimo de qualidade. Se não analisarmos e discernirmos as informações em demasia que nos chegam, a informação torna-se desinformação.
É preciso saber focalizar e filtrar o que chega para que não haja sobrecarga e obstrução da memória a longo prazo. Perguntas básicas como “o que realmente preciso saber para me comunicar e tomar decisões?” ou “quais informações realmente preciso consumir?” podem ajudar nesse processo. Além disso, limitar o acesso à informação durante o expediente é uma boa medida para manter o foco e exercitar a memória. Afinal, você não precisa estar com o seu e-mail aberto a toda hora. Reservar um tempo para checar a sua caixa de entrada e responder aquilo que é importante, de preferência depois que suas atividades do dia forem concluídas, é bem mais eficaz do que arriscar se distrair a cada momento que uma nova mensagem chega, lotando sua cabeça com vários dados novos.
E, não menos importante, é necessário tirar um momento para descanso e reflexão. Apesar da surpreendente capacidade da nossa memória, ela precisa de uma pausa para garantir o seu bom funcionamento e uma melhor produtividade. Quinze minutos desligado do frenético universo da informação podem garantir benefícios inimagináveis não apenas para o seu foco nas suas atividades, como para a sua saúde como um todo.